sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Orgulho Minhoto

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A passear por Beverly Hills, Sharon Stone exibe o famoso coração de ouro em filigrana minhoto. O artesão, de Gondomar, tem outras clientes tão famosas como a actriz.

Eis um exemplo do milagre económico português: Turismo e Exportações a aumentar!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ensino Copy+Paste


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Das coisas que mais me frustrou e marcou, enquanto aluna, foi o facto de determinados professores só aceitarem respostas como certas que estivessem de acordo com as deles. Por exemplo, a análise de um poema pode ser quase tão subjectiva como quem a interpreta, e desde que devidamente fundamentada, deve ser considerada correcta. No entanto, existem livros que interpretam poesia e para muitas pessoas, professores inclusivé, são verdadeiros manuais de instrução. O que se desviar dali não funciona.

A capacidade interpretativa não é valorizada, e o raciocínio individual é espezinhado como uma erva daninha que se pode tornar incómoda e perturbadora.

Tudo o que este tipo de sistema de ensino promove é um trabalho de memória, que vai de encontro aos manuais. Não interessa se o aluno aprendeu realmente, e de facto, frequentemente, quando o aluno é colocado perante a mesma questão, feita de outra forma, ou que exiga raciocínio, já não consegue responder com o mesmo sucesso.

Para que serve semelhante sistema? Os alunos ficam  formatados num modelo colectivo e estereotipado. É mais fácil controlá-los. É mais fácil avaliá-los.
E assim se fazem cidadãos acríticos, como convém ao sistema, já não apenas educativo.

Não é possivel que o Ensino permaneça o mesmo de quando era eu a aluna. Um sistema que incentiva e premeia a memorização em detrimento do pensamento crítico. Que produz papagaios em vez de seres pensantes, com opinião própria.

A forma como a educação é exercida tem que dar um volte-face; as crianças estão mais exigentes e esperam aprender algo que lhes seja útil e faça sentido. Esperam ser ouvidas, e tidas em conta. Cabe aos professores chegar até elas, saindo das suas estratégias fossilizadas que já não correspondem ao que os alunos esperam e merecem.

Ser professor deixou de ser uma profissão cómoda e monótona, está repleta de desafios e enigmas, que esperam ser resolvidos e ultrapassados. Só assim o sucesso dos alunos é alcançado, e em última análise o dos próprios docentes. 

Chegamos a um tempo em que ao Ensino copy+paste só podemos fazer Delete!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

É Calçada Portuguesa com certeza!

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Ontem aproveitamos o dia de sol, raro luxo inesperado deste Inverno, para tomarmos café na esplanada do Bom Jesus. Atravessamos o parque todo, como habitualmente, e apesar de calçar sapatos rasos tive que ser "amparada" pelo meu marido, devido ao  risco de escorregar por ali abaixo, e só parar no santuário.

O passeio é feito, pasmem senhores, com pequenas peças de granito! Não tem sequer o encanto da calçada portuguesa, a técnica e os seus desenhos deslumbrantes. No entanto, foi arranjado recentemente. E nós perguntavamo-nos: -Porque não pensaram na alternativa óbvia, que parece estar agora muito na berra, os passeios de borracha, reciclada de pneus? É antiderrapante, argumento irrefutável por estes dias. Não, não pensaram, nas quedas, nos idosos, e nas crianças que como todos sabemos gostam de correr e saltar, e não têm propriamente preocupações em escorregar.

Parece que os últimos calceteiros de um certo tipo de calçada foram para Miami, fazer Calçada Portuguesa. Espertos os americanos. No Brasil também há calçada portugesa, e em Angola também. Exportamos e encantamos com uma técnica única que é nossa.
Porém, por cá o valor da Calçada Portuguesa está como ela própria, rasteira. 

Achei graça ver na televisão a esquina com mais quedas de Lisboa. Uma descida acentuada proporciona-se a quedas, e com chuva pior ainda, qual o espanto? Se o problema é esse que substituam a calçada ali. E noutros locais semelhantes. Que façam a manutenção das calçadas. Que multem pesadamente os carros estacionados em cima dos passeios, danificando-os. Que encontrem soluções para melhorar e preservar os passeios que fazem parte dos postais das cidades, e se tornam fotos de turistas. Mas resolver o problema substituinda a Calçada por qualquer outra coisa antiderrapante, é que não.

Começo a pensar que existe um plano generalizado para desfear as nossas cidades; começaram com o abate de árvores e supressão de canteiros nos centros das cidades ( vide Porto antes e depois e Guimarães antes e depois), e agora atacam a Calçada.

Dizem os defensores da remoção da Calçada que é apenas em alguns sítios. No entanto, depois do processo começar torna-se praticamente impossível pará-lo e controlá-lo. Para além disso, abre portas para réplicas do mesmo  noutras localidades, pelo país fora.

Já decorre uma petição contra esta intenção do presidente da Câmara de Lisboa, e claro entretanto, as opiniões dividem-se.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Receita para o fim-de-semana: Fofos de Limão



Gosto muito dos sabores citrícos, e nesta época do ano o limão acaba por ser uma opção frequente. Quando vi estes Fofos pareceu-me que seria mais uma variante. E muito apetecível. Portanto, não demorei a testá-los.

Confesso que fiz alguma batota, como já me é característico ao executar as receitas. Desta vez foi na quantidade de leite; não consegui juntar os 250 ml pedidos, pois a massa estava já muito líquida. Respirei fundo, fechei os olhos e fiquei-me pelos 150 ml.

O surpreendente foi que as crianças adoraram! Longe vai o tempo que só o chocolate lhes agradava...

Fofos de Limão


 Ingredientes
1 Limão
50g de Manteiga
200g de Açúcar
3 Ovos
1 Colher de chá de essência de baunilha
250ml de leite
50g de farinha

Preparação
Ligue o forno a 180º
Bata o açúcar, a manteiga e as raspas do limão.
Esprema o sumo do limão e junte ao preparado anterior, juntamente com a baunilha, as gemas, o leite e farinha. Bata esta massa para que fique homogénea. (esta massa fica mais liquida que o habitual, mas é perfeitamente normal.
Monte as claras em castelo firme e envolva na massa.
Unte uma forma com margarina e polvilhe de farinha.
Eu fiz os meus em ramequins untados.
Deixe arrefecer um pouco, desenforme e polvilhe com açúcar em pó.
Decore com casca de limão.


Usei ramequins também, e nem os desenformei. Rendeu sete, número infeliz para família de quatro que gosta de repetir! Decorei com açúcar apenas.


Receita retirada ipsis verbis d'O Barriguinhas.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Favas de Baunilha

Via Zoé Vanille Boutique

Hoje é uma dica. Eu utilizo imenso, muitas vezes sem sequer ser indicado pelas receitas, só porque adoro o sabor a baunilha. No entanto, este ingrediente da pastelaria não é propriamente económico. À volta de 3€ uma embalagem com duas favas, creio eu. O que, obviamente, não rende nada!

Portanto, quando vi este link, para um vendedor de favas de baunilha em França, me informei sobre o produto e verifiquei os preços, não hesitei.
Devo dizer que nunca tinha tido uma experiência tão sensorial com favas de baunilha, como esta. Ainda na embalagem já aromatizava a cozinha deliciosamente. De excelente qualidade e o envio foi realmente rápido.

Para guardar, basta colocar em frasco hermético, em local seco e sem luz.
Para utilizar, abrir a fava longitudinalmente com uma faca e raspar as sementes; a fava também é usada para aromatizar. Pode ser colocada em açúcar, por exemplo. 

18 favas de baunilha a 8€, nada mal, hã?!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Se os conselhos fossem bons...


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Não se davam, vendiam-se. É uma frase que costuma dizer-se. Penso que esta reputação negativa dos conselhos não é necessariamente justa, mas tem justamente origem em maus conselheiros. Porque o que acontece é que nem todas as pessoas dão bons conselhos. Muito pelo contrário.

Há pessoas que adoram ver o circo pegar fogo. Estão normalmente em modo reactivo, e quando instadas a opinar perante determinada situação, optam habitualmente por reagir da pior forma. Recordo-me sempre de uma determinada situação, bastante delicada, em que eu e outra pessoa nos vimos envolvidas, e em como a outra pessoa reagiu; queria sangue. Eu foquei-me na solução, que foi conseguida pela via diplomática, sem grande stress, algo que jamais teria acontecido, se eu reagisse como a segunda pessoa envolvida pretendia.

Por conseguinte, não há mal algum em ouvir os conselhos que nos dão. Duas cabeças a pensar são melhores do que uma, como também se costuma dizer. Temos é que ter cuidado na escolha da "segunda cabeça"; eu aprecio pessoas sensatas e ponderadas. Que normalmente vivem de forma pacífica.

Contudo, temos que estar preparados para ouvir uma opinião discordante da nossa. Porque o que habitualmente desejamos é ouvir a validação da nossa opinião e sentimento. Idealmente, deveríamos ouvir e reflectir sobre a outra perspectiva; e agradecer a frontalidade e sinceridade, porque de facto não é fácil opinar adversamente, quando sabemos o que o nosso interlocutor quer ouvir.

E ponderar. Agora, conselhos de pessoas que gostam de ver o circo pegar fogo... são definitivamente para ignorar. Esses sim, se estivessem à venda já teriam ido à bancarrota há imenso tempo!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Mês dos afectos


Em Fevereiro o tema do meu artigo para a Bigger Magazine* só poderia ser um - S. Valentim, claro. Porém, para mim, visto de um prisma mais abrangente. Algo assim...


S.Valentim é o protagonista do segundo mês do ano. Segundo reza a lenda, o bispo Valentim consagrou-se de forma trágica, ao desobedecer a ordens do imperador, casando em segredo os soldados que partiam para a guerra. A história e o tempo encarregaram-se de embelezar o acontecimento, focando apenas a celebração do amor. 

Assim, Fevereiro está inevitavelmente associado aos namorados, ao romance, enfim, aos afectos. Porém, tenho a impressão de que quanto mais enfâse colocamos na celebração de S.Valentim, menos a sentimos verdadeiramente. Como se de alguma forma, a liberdade de poder vivenciar o amor o fizesse menos interessante, ou desejável. 

Talvez esta seja uma teoria romântica, a de que o amor verdadeiro cresce perante as dificuldades. Foi sem dúvida, usada e explorada pela Literatura até à exaustão, contudo, isso não faz dela menos verdadeira, uma vez que frequentemente a ficção é um reflexo da realidade. Admito, porém, a realidade está a mudar. 

E em que mudou? Pergunta o leitor. Digo mais no artigo, mas entretanto deixo o desafio, devolvendo a pergunta. 

 
 *À venda nos quiosques de Guimarães, Vizela, Braga, Fafe, Famalicão, Sto Tirso e Felgueiras

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Dores de Crescimento


Aconteceu-me algo inédito, subtraí um ano de idade à minha filha. Se isto não é negação, deve ser esquecimento, mas seja como for, tem a ver com a idade.


 Este foi o perfume de bebé do Duarte. Usou-o ainda durante bastante tempo.


Depois passou para este.


E agora vai neste. Já não cheira a bebé. Nem a criança. Cheira a homemzinho.

Podia deitar fora os outros dois perfumes, despachá-los, ou reciclá-los. Tirá-los da vista. Pois podia. Mas não consigo, porque a cada aspiradela vem uma lufada de memórias, e a minha memória olfactiva é como um álbum fotográfico. Com dores de crescimento, porque já está visto que quem as sente não são os meus filhos. Sou eu.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Os Ditames da Moda


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Contava-me a Letícia que uma amiga lhe tinha dito que só as "velhinhas" sabiam costurar; pelos vistos, a minha filha deu-lhe a mesma resposta que lhe dei: - E então as raparigas que estudam estilismo?!

Na realidade, esta conversa surgiu enquanto eu estendia um tecido em cima da mesa e o cortava para fazer uma saia. A minha segunda saia. E como estava concentrada no que fazia não desenvolvi a conversa, mas o mote ficou-me no pensamento.

O que acontece actualmente é um retornar a uma série de coisas que ainda há pouquíssimos anos julgavamos que eram para "velhinhos". Que estavam ultrapassadas, fora de moda, hábitos de outros tempos. Como a costura, o tricô, as artes manuais em geral, o ter uma horta ( e mesmo quem não tem tenta reproduzi-la na varanda); cozinhar também renasceu das cinzas, e ultimamente até mesmo cozinhar para os animais de estimação, quando ainda ontem se dizia que a comida em biscoitos é que era saudável e completa, para os nossos amigos de quatro patas.

Dizem os especialistas que é tendência um certo revivalismo, durante as crises; que as pessoas buscam recriar hábitos e costumes de tempos idos, como se desse modo recapturassem uma certa segurança. De facto, não sei se na base está essa motivação, o que sei é que me agrada imenso esta mudança de atitude. Porque socialmente é mais consciente, mais saudável, mais equilibrada e em termos energéticos tudo combinado, em benefício de cada pessoa. Já para nem mencionar o ónus económico que implica.

O que é a moda, afinal? Acredito que seja uma tendência, mas também me parece que se tornou muito mais flexivel, e abrangente; dei uma vista de olhos nas tendências de verão, e apesar de surgir em força, o vermelho, laranja, rosa, azul e amarelos, todas as outras cores da paleta estavam igualmente presentes. Usam-se calças justas, mas também largas. Maxi saias, mas também minis. Ou seja. a moda é aquilo que nós quisermos. E talvez essa seja a verdadeira revolução da moda, o que me parece a maior tendência a seguir e acalentar.

Creio mesmo que escolher actividades ou roupas porque nos agradam é o derradeiro dos luxos.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

"Turismo de Borrasca"

A expressão é do Ricardo Araújo Pereira, usada recentemente numa "Mixórdia de Temática"; e a julgar pela escolha do tema também a ele lhe deve causar muita confusão, esta contemplação do litoral, em dias de tempestade.

Não compreendo esta  atracção  para a beira mar, nesta época de ondulação marítima intensa e extraordinária, colocando a vida das pessoas em risco.

Recentemente vi na televisão, uma onda gigante que alcançou o passeio na Foz do Douro, arrastando carros e pessoas. Uma delas ficou presa debaixo de uma carrinha e teria afogado, não fosse auxiliada por outras pessoas.
O que faziam ali aquelas pessoas? Debruçadas para o mar?  É pela adrenalina? Pela beleza da natureza? É uma pergunta que faço sempre que vejo este tipo de comportamento. Não entendo.

Eu temo respeito muito o mar. Mesmo durante o verão, basta ver a bandeira amarela e já fico em alerta. Porque convenhamos, o mar tem direito de estar furioso, depois do desrespeito com que o tratamos.

Há dias, perante uma situação, alguém me disse - "Ah, tens medo, não é?",  ao que eu respondi: - Pois, o medo preserva-me!

Talvez seja isso, pessoas sem medo. E com muita vontade de fazer Turismo.


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

"Irmanês"


De há uns tempos para cá, sobretudo durante as refeições, noto que o Duarte e a Letícia falam noutra língua.
Um fala, o outro responde, riem-se e continuam nisto durante toda a refeição. E eu sem entender nada. O mais estranho é que falam em Português, mas ainda assim não entendo nada de nada.

Se é uma língua codificada? Não me parece, mas talvez...
Se é um dialecto? Não é mirandês, e isto não é disgrafia.

Deve ser mesmo "irmanês". Um estado de sintonia absoluta entre irmãos, que os alheia do mundo, comunicando de forma exclusiva e secreta. Afinal não era mito.

Aquele estado que alterna com o outro... em que se pegam a cada troca de palavras. 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A moda das "Selfies"

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Serviu para uma coisa muito engraçada que é também muito séria ; dar a conhecer uma faceta dos famosos mais realista. São fotos sem tratamento, nem manipulações, e podemos vê-los ao natural.

É engraçado porque a diferença entre a imagem que temos deles é abissal. É séria porque nos lembra que não devemos deixar a ideia de imagem tiranizar-nos. A perfeição não existe, a estética é muito mais artificial e imperfeita do que a imprensa nos quer fazer crer.

Pode ser que deste modo as pessoas tomem noção da ditadura da beleza, e se comecem a aceitar tal qual são. A moda das selfies está a ajudar em muito o incremento da auto-estima, e isso já se nota com a adesão às selfies, por pessoas que  antes não se atreveriam a divulgar imagens suas. E fazem-no em várias versões, sendo " a cómica", uma das mais populares; as selfies também nos ensinam a rir de nós mesmos.

Portanto, parece-me muito bem que a palavra do ano 2013 seja selfie. Uma palavra que se ultrapassa a si mesma e entra em dimensões complexas e profundas do ser e estar.