quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Tão natural como as gargalhadas...

Tão natural como a vida, é a morte. Como o riso é o choro, como a conversa é o silêncio, como a saúde é a doença, a velhice é a juventude. E por aí fora.
Fazem parte da mesma moeda, mas são tabu na nossa sociedade. Reprime-se o que constrange, evitando enfrentar o que nos lembra o lado menos bom da vida.

E por isso, vamos dizendo às crianças, desde pequeninas: - Não chores, olha que chorona!
E ainda pior, aos rapazes: - Não chores, os meninos não choram!

Convencem-nos de que ser forte é não chorar, aguentar as situações que magoam estoicamente, fazendo semblante de indiferença.

Cultivamos a felicidade, porém a vida não é feita apenas de alegrias. Não acredito em nada disto. Ser forte é enfrentar a vida com as suas coisas boas e más, chorar quando houver razão e rir quando vier ao caso. Porque chorar não diminiu ninguém, é apenas a expressão da tristeza, assim como as gargalhadas são da alegria.

Penso que devemos educar os nossos filhos com respeito, e nessa linha está contido o respeito pelas suas emoções. Ensiná-los a lidar com os sentimentos, analisando e orientando. Mas nunca reprimindo, sob pena de criarmos adultos empedernidos que se magoam sobretudo a eles mesmos.

Texto relacionado: Apologia ao choro.